Transitando entre o pessoal e o coletivo, combinando o que há de subjetividade e política nesse entrecruzamento, as idealizadoras e performers de
Aurora Negra concretizam em seus corpos variadas situações racistas e misóginas que elas e outras mulheres negras ainda vivenciam em Portugal e no mundo.
As artistas investem em música, dança e registros sonoros para relatar suas memórias e sonhos, para reafirmar suas individualidades permeadas de ancestralidade, desejos e frustrações. Em cena, elas respondem a estereótipos e clichês em torno do corpo feminino negro lançando mão de humor e revolta; são Cleo, Isabél e Nádia, com suas próprias histórias e falando crioulo, tchokwe e português, que cravam o corpo negro no palco, reivindicando seu espaço nas artes performáticas. Juntas, elas retomam e corporificam a frase da escritora brasileira Juliana Borges que se tornou célebre: “Uma mulher negra feliz é um ato revolucionário”.
Cleo Diára
Nascida em Cabo Verde, a atriz realizou sua formação em Lisboa, para onde se mudou na infância. Participou de peças de Rogério de Carvalho e Mónica Calle, entre outros encenadores, e de produções de cineastas como Gabriel Abrantes, Daniel Schmidt e Pedro Cabeleira.
Isabél Zuaa
Atriz e performer portuguesa, com origens na Guiné-Bissau e em Angola. Transita entre projetos de dança, cinema e teatro, em Portugal e no Brasil, e colaborou com artistas como Marcelo Gomes, Juliana Rojas e Jeferson De, entre outros.
Nádia Yracema
Nascida em Angola, criada e formada em Portugal, a atriz licenciada em direito foi dirigida pela coreógrafa marroquina
Bouchra Ouizguen, pela coreógrafa francesa Emmanuelle Huynh e o encenador franco-alemão Matthias Langhoff, entre outros diretores de destaque.
FICHA TÉCNICA
Direção artística, criação e interpretação: Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema
Cenografia: Tony Cassanelli
Figurinos: José Capela
Desenho de luz e vídeo: Felipe Drehmer
Sonoplastia e composição original: Carolina Varela e Yaw Tembe
Produção: Cama A. C.
Direção de produção: Maria Tsukamoto
Coprodução: Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo, Teatro Viriato, TNDM II
Produção no Brasil: Pedro de Freitas – Périplo Produções
Dia 24/11, quarta, às 21h
YouTube @SescSP
Duração: 90 min
Classificação indicativa: 14 anos
Espetáculo vencedor da segunda edição da Bolsa Amélia Rey Colaço. Parceria com o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães; O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo; e Teatro Viriato, em Viseu.
instagram.com/auroranegra.agora/